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Guia Legal
6 de julho de 2025

Contrato Promessa Compra e Venda (CPCV): Análise de Cláusulas e Riscos

Descubra como funciona o Contrato Promessa Compra e Venda (CPCV). Entenda cláusulas essenciais, riscos ocultos e analise o seu contrato online com a nossa ferramenta.

Denis Maciel
10 min de leitura
Contrato Promessa Compra e Venda (CPCV): Análise de Cláusulas e Riscos

Entenda o Seu Contrato-Promessa de Compra e Venda (CPCV)

Em Portugal, embora não seja obrigatório por lei, o CPCV é o documento mais utilizado para formalizar a compra de um imóvel até à escritura, protegendo comprador e vendedor.

Normalmente, o comprador entrega um sinal entre 10 % e 20 % do preço acordado no momento da assinatura.

O prazo médio entre o CPCV e a escritura é de cerca de 90 dias, permitindo obter financiamento e reunir toda a documentação.

Se o vendedor incumprir, deve devolver o sinal em dobro; se for o comprador a desistir sem motivo contratual, perde o sinal.

O art.º 442.º do Código Civil consagra expressamente esta regra de perda ou devolução em dobro do sinal.

Elementos que devem constar no seu CPCV

  • Identificação completa das partes (nome, NIF, morada).
  • Descrição detalhada do imóvel (morada, áreas, registo predial).
  • Preço, valor do sinal e forma de pagamento.
  • Prazo-limite para a escritura.
  • Penalizações em caso de incumprimento.
  • Cláusula de financiamento ou avaliação bancária — anula o contrato e devolve o sinal se o crédito não for aprovado.
  • Cláusula de eficácia real ou registo provisório — torna o CPCV oponível a terceiros, garantindo direito real de aquisição.

Cláusulas que defendem o comprador

  1. Cláusula de financiamento/avaliação — protege o comprador se o banco não conceder crédito ou se a avaliação for inferior.
  2. Eficácia real — ao registar o CPCV com eficácia real, o direito do comprador estende-se a terceiros.
  3. Cláusula de cancelamento (força maior/desistência) — define condições para rescindir sem penalizações, por exemplo falha de crédito.

Riscos comuns e como evitá-los

  • Cláusulas omissas ou ambíguas que dificultam a execução ou indemnização.
  • Prazos de escritura demasiado curtos, aumentando a probabilidade de perder o sinal por atrasos bancários.
  • Sinal elevado sem salvaguarda de financiamento, deixando o comprador exposto se o crédito for recusado.
  • Ónus ou hipotecas não levantados — inclua cláusula que imponha entrega do imóvel livre de encargos.
  • O incumprimento pode originar ações judiciais e indemnizações adicionais.
  • Mesmo investidores experientes perdem dinheiro quando ignoram estas salvaguardas.

Ferramenta de Análise de Contratos

Carregue o PDF do seu CPCV e receba em segundos:

  • Explicação em português simples de cada cláusula.
  • Alertas automáticos de riscos (prazos, sinal, ónus, financiamento).
  • Sugestões de salvaguardas adicionais.

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Perguntas Frequentes (FAQ)

  • O CPCV é obrigatório? Não. É altamente recomendado para salvaguardar direitos até à escritura.

  • Qual o valor habitual do sinal? Entre 10 % e 20 % do preço do imóvel.

  • Qual o prazo seguro para a escritura? O mercado adota 90 dias como referência, mas o intervalo pode variar entre 30 e 90 dias.

  • O que acontece se houver incumprimento? O vendedor devolve o sinal em dobro; o comprador perde o sinal.

Próximos Passos

  1. Reúna minuta, licença de utilização e registo predial.
  2. Obtenha pré-aprovação de crédito ou inclua cláusula de financiamento.
  3. Analise o seu CPCV com a nossa ferramenta antes de assinar.
  4. Agende a escritura com margem de 60-90 dias.

Aviso Legal

Este conteúdo tem caráter meramente informativo e não dispensa a consulta de um advogado especializado em direito imobiliário.

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